Nossa Petrobrás manteve-se sempre em constante indiferente em relação a produção de gás propelente. Entretanto esforços de diversas associações relacionadas a essa indústria e, o mais importante, o aumento da renda dos consumidores das classes C e D (junto ao aumento do número de famílias que ingressaram nelas) promoveram um crescimento de 150% nas vendas de produtos acondicionados em aerossóis nos últimos 5 anos, segundo dados da Abas (Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários). Para se ter uma ideia, subimos de 282 milhões em 2005 para 702 milhões de unidades em 2010 e a previsão é que em 2012 cheguaremos a 1 bilhão.
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Desodorantes aerossóis Niely Gold. 100% produzidos no Brasil. |
Os consumidores passaram a comprar mais desodorantes aerossóis, substituindo os acondicionados em frascos plásticos "squeezable" (muito utilizado no Brasil e praticamente inexistente lá fora) pelos acondicionados em alumínio, de maior valor agregado e até mais prático de usar. Outra diferença é que os aerossóis podem ter "toque seco", ou seja, o jato é seco e não molha/umedece a pele como o do "squeeze".
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Desodorantes aerossóis Niely Gold For Men. Tubos de alumínio e envase brasileiros. |
O quadro mudou no 1º trimestre deste ano, foram lançados propelentes de alta qualidade por dois grandes supridores: Liquigás e Ultragaz. A primeira é controlada pela Petrobrás e lançou no final de fevereiro o Purogas, à base de propano e butano, derivado do gás liquefeito de petróleo (GLP). Pouco tempo depois, a Ultragaz apresentou um novo tipo de propelente com a marca "demexx", o dimetil-éter (DME), derivado do gás natural com características semelhantes ao GLP. O fabricante informa que o grande diferencial do DME é o fato de ser solúvel em água e emitir pouquíssimos compostos orgânicos voláteis (VOCs). São grandes investimentos que pretendem atender não só ao mercado crescente nacional, mas também ao restante da América Latina.
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Medicamento em aerossol. |
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Medicamento em aerossol. Os itens de cuidados pessoais foram responsáveis pelo aumento do consumo interno. |
Novas plantas estão sendo construídas pela Exal, que afirma ser a maior produtora mundial de tubos de alumínio para higiene pessoal. Em Jundiaí (SP) haverá uma fábrica onde funcionará ao mesmo tempo a produção de tubos de aerossóis e o enchimento dos mesmos. A inauguração está prevista para este ano e a produção estimada é de 600 milhões de unidades por ano.
Também apostando alto nesse mercado, a Colep CCL aliou-se à brasileira Provider, criando-se a joint-venture CPA - ColepCCL Provider Aerosol que terá sua primeira fábrica em Itatiba (SP). A planta terá capacidade para produzir 150 milhões de unidades por ano. Promete estar totalmente operacional ainda neste primeiro semestre de 2011, produzindo primeiramente aerossóis para o segmento de higiene pessoal.
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Cosmético facial aerossol em tubo de alumínio da ColepCCL. |
A terceira é a francesa Fareva Holdings que investiu U$ 10 milhões na construção de uma fábrica de cosméticos em Itupeva (SP).
A alemã Tubex também pretende construir uma fábrica no Brasil, provavelmente também em Itupeva (SP).
A Impacta, de capital suíço, presente no país desde 1949, produz atualmente tubos de alumínio e bisnagas em alumínio ou plástico na sua planta em Cajamar (SP). A empresa investiu no início do ano passado U$ 11,5 milhões em equipamentos para fabricação de tubos.
A Tubocap, com capital nacional, fabrica tubos e bisnagas de alumínio há 60 anos, está sediada no Butantã, bairro paulistano. A empresa investiu R$ 3 milhões em equipamentos e planeja construir uma nova planta no interior paulista.
Os aerossóis em aço também estão se beneficiando desse bom momento e os fabricantes estão otimistas. Geralmente as embalagens em aço são destinadas para produtos de cuidados para o lar, já que nos cuidados pessoais a lata de aço sempre enfrentou resistência por enferrujar em locais úmidos como banheiros, onde costumam ser utilizadas. Contudo isso está sendo superado, metalúrgicas como a Brasilata e a Cerviflan investiram em latas de aço para aerossóis com revestimento de películas de PET.
A Prada é outra importante produtora nacional de latas de aço para aerossóis que vem investindo. Adquiriu novos equipamentos, agilizando seu processo.
O futuro do aerossol no Brasil, antes obscuro e sem previsões muito otimistas, finalmente parece bastante promissor, estamos vendo uma luz radiante no fim do túnel. Com tantas notícias otimistas e tanto investimento em nosso país, espero sermos menos dependentes dos nossos "hermanos" o quanto antes.
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Desodorizador de ambiente. Embalagem aerossol em aço. |
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Repelente de insetos. Embalagem aerossol em aço. |
Dados dessa postagem foram retirados da revista EmbalagemMarca - abril/2011.
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